A paisagem é delineada por montanhas e vales que traçam uma linha
costeira que aos poucos fica mais baixa que o nível do mar. Vales rochosos
acabam inundados pela água, e ainda assim a maior parte da região parece ser
plana e forrada por uma floresta densa.
Os ventos mudam constantemente, mas dessa vez existe uma pressão
diferente no ar. As escamas dos Dragonborns que habitam as terras de Mitos se erguem, se “arrepiando” reagindo ao prenúncio de
uma catástrofe inevitável.
Um dos “Mestres Dragões” se
inquieta! Sente que alguma coisa está prestes a mudar drasticamente quando
percebe a terra vibrando de forma diferente, parece uma ação militar, marcada
pela cadência de milhares de passos seguindo intensamente numa única direção...
O peso de milhares de armas e escudos impacta o chão como um grande
aríete, cujos sons ecoam pelas rochas se impondo a todas as criaturas vivas
próximas dali.
Vozes corajosas bradam a ordem unida “tocando” a marcha como os verdadeiros líderes que nasceram para
ser.
Uma mistura de sentimentos preenche o coração daqueles que se
posicionam ante a Grande Montanha do Mar,
o lar de Overryr, O Devorador de Vidas.
Junto àqueles que se uniram pela liberdade, está o Grande Bastião da
Esperança. Que em toda sua nobreza, se ergue ao lado de seus “irmãos de batalha”, se posicionando
como “um igual”, desejando o mesmo
que eles...
Archion (Dragão Adulto de
Latão), abre suas
gigantescas asas sobre aqueles a quem chamou de amigos e aqueles a quem os Dragonborns
chamaram de generais.
Sua ação e posicionamento ante a situação são entendidos por todos os presentes... Um gesto
carregado com o mais puro agradecimento, transbordando o incrível peso de uma despedida (um peso que só um Dragão pode suportar) - Ele sabe que a liberdade de um futuro
de luz custa muito caro. Sabe que o preço sempre vem na forma de uma condenação
às trevas (um preço que sempre é pago apenas por aqueles que
escolhem lutar). Mas ELE está disposto a pagar com o
próprio sangue se for preciso.
O silêncio das tropas dura pouco…
Apenas tempo suficiente para ser quebrado pelo som dos pingos de chuva
que começam a se chocar contra as escamas (e armas, escudos e armaduras) prestes a serem destruídas pela
ferocidade da batalha…
A voz do Grande Dragão de Latão rasga o ar alcançando os ouvidos
e corações de todos que estão alinhados e dispostos a morrer. Fazendo com que
sintam o reverberar do urro draconiano comandando o avanço das tropas!
“Irmãos... A batalha à frente não é por vocês! Lutem pela vida e liberdade de vossos filhos e netos. Chegou a hora de acabar com a Tirania dos Dragões! Libertem seu povo!...”
As tropas de Archion avançam contra a Grande Montanha do Mar, que por sua vez emite um som incomum.
Fazendo as tropas pararem para presenciar uma das coisas mais terríveis que um soldado pode imaginar...
Tudo treme gradativamente, árvores balançam, rochas se quebram, o chão
se abre e a Grande Montanha do Mar de divide em 2!
Uma explosão vermelha espalha fumaça pelo céu, a terra “chora fogo” e a Morte Alada vem (com suas forças) de encontro às Tropas da Liberdade,
que em nome de seu Mestre, Mentor, Professor, Amigo e Irmão de Batalha tornam a
avançar sem medo de encontro à própria destruição...
O choque das 2 tropas parece insignificante ante o impacto das
gigantescas forças aladas! O inevitável se torna presente, real e imediato.
Sangue se espalha pela terra, com os guerreiros que caem ao solo, armas se
quebram, escudos se partem enquanto o céu arde em fogo e fúria…
Dentes destroem escamas e penetram a carne em busca de ossos. Garras
rasgam o que estiver em seu caminho em busca de sangue, asas expulsam o ar e
tudo aquilo que se aproxima da luta, caudas esmagam o inimigo, o chão e as
tropas descuidadas que insistem em colidir no campo de batalha - e fúria dá lugar à loucura que por sua vez, segue em direção à Grande Montanha do Mar...
O fogo no céu se mistura ao fogo dos dragões, uma “chuva de elementos” se faz presente entre os milhares de
guerreiros que bradam a liberdade de seu povo - de repente, os tambores param e
os tremores cessam com o impacto da queda de duas bestas monumentais,
que pode ser ouvido a quilômetros dali!
E de cima do dorso de rocha que um dia fez parte da Grande Montanha do Mar, o lar de Overryr, o
Devorador de Vidas, uma cachoeira de sangue corre montanha abaixo,
fluindo vermelha como o grande Dragão tombado ante a fúria de Archion
(que saiu do combate muito ferido, se pondo de pé por puro
orgulho).
O vencedor do combate simplesmente passava a comandar todos os Dragonborns, ordenando (quase imediatamente) que parassem aquela luta sem sentido:
“Vocês estão livres das garras sangrentas de Overryr, O Devorador de Vidas! Unam-se como um só povo. Unam-se como uma nação, ergam-se contra os tiranos e torne-se Mestres de suas próprias vidas! Assim oredena Archion, O Último Bastião da Esperança...”
O longo urro de Archion põe fim no confronto, na chuva e dá o
tempo necessário para que todos prestem atenção nas dores, nas feridas e
principalmente nas centenas de perdas para os dois lados (que segundo a fala de Archion, agora eram um lado só) - mas aquela era
apenas a primeira de muitas batalhas que marcaram para sempre a história do Continente de Mitos, ficando conhecida por todos os Dragonborns como o Levante da Grande Vingança.
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