História Antiga
A Guerra dos 10 Anos
Mapa do Reino de Aksum |
O último e mais longo dos conflitos registrados pelos
clérigos e historiadores da Igreja Aksuniana data de (mais ou menos) 243 anos atrás, quando se
iniciou a Invasão dos Humanoides.
Nenhum historiador consegue afirmar categoricamente como a
guerra teve início, existindo apenas uma entre várias teorias que é largamente aceita
entre eles: Dizendo que o confronto teve início com a migração ou fuga em massa
para o reino de Aksum.
Presume-se que essa migração deu início aos primeiros
conflitos armados, no momento em que uma larga tropa humanoide das Terras
Livres atacou ou se defendeu ninguém sabe ao certo, algumas vilas e
fortificações costeiras.
A retaliação por parte da coroa de Aksum veio rápida e
certeira, objetivando capturar e expulsar os invasores para o “buraco” de onde vieram...
Ainda não se sabe ao certo porque as tropas aksunianas
recuaram para a capital, mas pouco tempo depois, a resposta das Terras Livres à
reação aksuniana foi enviar mais forças invasoras. Dessa vez, a Horda era
inteiramente composta de atacantes e suas máquinas de guerra – o contingente chegava
a ser quase seis vezes maior que o exército de Aksum. Que ao aportar, deu
início a uma das mais sangrentas campanhas de guerra jamais registradas.
Os historiadores acreditam que esse segundo movimento de invasão,
agora com um caráter muito bem definido: Extermínio e Ocupação; teve início na
cidade do Velho Farol (onde as
máquinas de guerra aportaram) e foi adentrando o reino de maneira relativamente
rápida. Levando o caos a morte e a destruição por onde quer que passasse.
O ponto em que todos concordam é: A guerra se arrastou por pouco
mais de 10 anos, tendo seu fim tão rápido quanto seu início – porém, com a
inesperada vitória de Aksum. Provando que nem sempre grandes números nem sempre
vencem grandes guerras.
Com a morte do rei Marcus I, o reino presenciava a
coroação de Albert I, seu único filho e sucessor legítimo ao trono de
Aksum.
Com um novo rei, a Igreja Aksuniana orava
incessantemente pelo alvorecer de uma nova era em meio à longa guerra.
Durante seu discurso da coroação, o novo rei se deu ao
trabalho de declarar a todos os presentes na cerimônia que ele, Albert I,
seria o grande responsável pelo fim da guerra; assim como por enormes mudanças
na cultura e na sociedade aksuniana. Finalizando seu discurso, pediu a todos
que lembrassem para sempre daquele momento, pois todo o futuro do reino estava
amarrado ao que disse naquele instante: Para acabar com todo o sofrimento da
guerra, tanto ele quanto o povo teriam que “abraçar
o demônio”.
Dois meses depois de seu discurso, sua ausência nos limites
do palácio já havia sido notada e a população já estava preocupada com a
situação.
Piorando o receio de quem vivia na cidade, um grande destacamento
de soldados reais (1000 homens que eram
praticamente a guarnição efetiva do castelo) marchava armado até os dentes
em direção a Velha Aksum.
Duas semanas se passaram e a ausência de notícias era enlouquecedora.
Todos se agarravam basicamente num único um fio de esperança: A promessa do
rei.
Sua perturbadora ausência somada à notícia da queda da velha
capita caiu como uma lança no coração da população. Na mesma madrugada chuvosa em
que a notícia chegou, diversas famílias (pobres
e ricas) começaram a abandonar a cidade – uns por terra, outros por mar.
Na capital, corria a notícia de que, com a queda da velha
capital ante as forças inimigas, não havia mais defesa para o reino. Todos
estavam condenados e o rei foi o primeiro a abandonar a cidade! Levando consigo
seus tesouros e protetores...
Três dias depois, da aterradora notícia, o caos estava
instalado na capital. Praticamente não existia mais esperança nos corações das
pessoas, e para aqueles que não saíram de Nova Aksum, restava apenas orar por
uma morte rápida...
Mas os Deuses não foram tão cruéis assim.
Cidade de Velha Aksum: Reconstruída após o fim da guerra |
O rei finalmente foi avistado! E não havia fugindo como a
maioria acreditava. Estava reunindo suas forças numa grande quantidade de
soldados (inclusive estrangeiros) e marchava a toda velocidade em direção à
velha capital – reconquistando pequenas vilas e fazendas no seu caminho.
Dai para frente, a cada dois dias uma boas notícia era
enviada à capital. Aparentemente isso foi trazendo a ordem de volta a Nova
Aksum e aproximando o rei Albert I
dos corações de seus súditos.
Todos começaram a acreditar que ele realmente estava conseguindo
cumprir a promessa de seu discurso na coroação. Seu avanço nos campos de
batalha ia aos poucos recuando as forças inimigas, recuperando o território perdido
e conquistando a lealdade de seus cidadãos, a fé na Igreja Aksuniana e
principalmente instalando a dúvida e o medo no coração dos inimigos. Que
finalmente haviam encontrado uma força bélica que se revelou bem mais do que
uma ameaça a seus avanços.
Uma semana depois da queda de Velha Aksum, a capital
recebe uma estranha e animadora notícia: O rei havia reconquistado a velha
capital e marchava com sua grande tropa (praticamente
sem nenhuma baixa) em direção ao sul, matando todos os inimigos que encontrava
pelo caminho.
Albert I ficou anos fora de Nova Aksum, até
expurgar completamente as forças invasoras...
Nesse longo período de ausência, foi três vezes dado como
morto e duas vezes teve seu trono usurpado por familiares – tendo seu legado protegido
por seus seis filhos.
Durante
a Guerra: A Virada da
Maré
Quando o rei decidiu que partiria da capital escoltado apenas
por sua guarda real, tinha em mente descer pelas estradas do reino até Velha
Aksum para iniciar a mudança do curso da guerra.
Durante o caminho teve diversas reuniões e conversas com seu
conselho de guerra, toda noite de acampamento era a mesma coisa, tentava fazer
com que seus 10 Generais concordassem unanimemente com uma ideia: Quebrar a
força inimiga de dentro para fora.
O plano de Albert I consistia basicamente em trazer cada
vez mais forças inimigas para o lado de Aksum (com o mínimo de esforço bélico, reduzindo ao máximo as baixas nas
fileiras aksunianas - basicamente utilizando dinheiro e política) – A ideia
foi muito bem aceita de início, porém imediatamente descartada quando os
batedores confirmaram que a maior parte da força invasora era composta basicamente
de Orcs.
Na última noite de acampamento – já a uma distância mínima (porém segura) das forças inimigas, o rei
já não estava mais disposto a conversar com seus Generais.
Decidiu sair de maneira discreta e finalmente colocar seu
plano em prática: Seguir sozinho até o primeiro posto avançado da tropa
invasora e resolver esse confronto de uma vez por todas.
Permitindo ser visto e capturado praticamente dentro do
acampamento inimigo, Albert I identificou-se como Rei de Aksum, e exigiu
ser levado à presença dos 7 Grandes Generais Orcs (Snaga,
Radbug, Golfinbul, Uglúk, Shagrat, Mauhúr e Muzgash), que certamente eram
os grandes guerreiros que lideravam a Horda Invasora.
Esse encontro durou cerca de um dia inteiro, onde
provavelmente discutiram todo tipo de assuntos bélicos, indo de estratégias de
guerra a perdas e ganhos, passando por avanços tecnológicos e obviamente a
lealdade de suas respectivas tropas (além
de diversas coisas que nos dias de hoje, talvez ninguém mais saiba ou se lembre)...
Enquanto isso acontecia nas bordas de Velha Aksum, os
10 Generais aksunianos aguardavam a ordem real para iniciar o ataque à velha
capital.
Como não havia nenhum sinal de Albert I e, a
tradicional audiência com o rei não havia sido concedida a ninguém – Porque até
então, Sua Majestade estava “muito indisposta” em sua tenda, devido à longa
marcha à pé desde a capital. O dia foi passando sem maiores problemas...
No acampamento real, 2 homens de confiança de Albert I:
Klaus e Victor mantinham todos a uma distância segura da barraca
do rei, pelo menos até que recebessem o sinal combinado (e pudessem responder) ou até que o tempo (pedido por Albert I) se esgotasse.
No raiar do segundo dia, a tropa real já estava em ritmo de
levantar acampamento e iniciando os preparativos para o ataque à velha capital.
Klaus e Victor prolongavam ao máximo o tempo de estadia do rei no
acampamento, inventando todo tipo de desculpas e “frescuras reais” que podiam
imaginar. Apesar de saberem que seriam criticados pelo rei, tinham que ganhar
mais tempo.
Quando já não tinham mais como evitar o Generais, finalmente
avistaram a fumaça verde que Albert I usaria como senha. Ordenando que finalmente
Klaus e Victor informassem as tropas de que realmente
acontecendo: O rei estava retornando.
Sabiam que essa não foi uma tarefa fácil, e que suas vidas
estavam em risco. Mas precisavam informar de maneira aberta aos soldados que,
permitiram deliberadamente a saída do rei, sua exposição ao inimigo e principalmente,
mantiveram isso em segredo a pedido do próprio rei!
Agora, falar com as tropas era uma coisa, convencer os Generais
de que o rei estava voltando ao acampamento, e provavelmente não viria sozinho,
isso seria um grande desafio!
Convencer os Generais foi uma tarefa que durou cerca de 2
horas. Klaus e Victor sabiam que os velhos Generais eram
orgulhosos demais para aceitarem o plano de Albert I, então trataram de
deixá-los à par de que o rei sabia de todas as suas tramoias anteriores ainda
no reinado de seu pai... E que, caso não cooperassem, seriam expostos em praça
pública juntamente com todos seus comparsas – Klaus era um Feiticeiro
impressionante e Victor um Bardo excepcional, e ambos sabiam ser
convincentes quando necessário.
Como reforço à ameaça de Klaus e Victor, ainda
deixaram bem claro que Albert I estaria retornando com uma grande tropa
Orc, e apenas 1000 homens talvez não fossem suficientes para protegê-los da ira
do rei...
Seguros de que tinham sido plenamente compreendidos e, que
os Generais não poriam tudo a perder, finalmente responderam ao sinal de fumaça
de Albert I com uma coluna de fumaça verde.
Durante a Guerra: Abraçando o Demônio
Após a coluna de fumaça vede, todos aguardaram a chegada do
rei, que só foi avistado no fim daquele mesmo dia. Albert I vinha
caminhando lado a lado com os 7 Grandes Generais Orcs e, trazia consigo
uma Horda inimaginável de guerreiros Orcs armados até os dentes e banhados em
sangue (8000 orcs) – então a visão da
horda liderada por Albert I foi uma mistura de pesadelo e alívio somados
a uma questão que praticamente todos queriam ver respondida: Qual o preço que todos
teriam que pagar? Certamente tanto o rei quanto o povo de Aksum seria forçado a
abrir mão de muitas coisas para que a Horda se unisse a eles e pusesse um fim
na guerra, mas isso ficaria para outro dia, porque aquela foi A Noite do
Banquete Orc.
A festa dos orcs durou cerca de 2 dias – regada aos
mantimentos saqueados de Velha Aksum, mas isso não importava no memento. Klaus
e Victor passaram o tempo todo com o rei, que ainda tratava suas feridas.
Assim que deixou a tenda novamente, fez questão de
esclarecer a todos: O General Shagrat estaria no comando das tropas
aksunianas até segunda ordem. E desobedecê-lo era o mesmo que desobedecer ao
próprio rei!
Quatro dias e quatro noites se passaram, os Orcs se
esforçavam para ensinar às tropas reais como combater seus inimigos e as tropas
reais se esforçavam para ensinar aos Orcs os modos do povo aksuniano...
Eis que finalmente a marcha derradeira em direção ao fim da
guerra teve início. 3 anos se passaram e luta trouxe muitas feridas, baixas nas
tropas, além de 5 grandes perdas: 1 General Orc (Radbug), 3 Generais Aksunianos e Klaus.
O próprio rei perdeu a perna direita em combate e a mão esquerda salvando Shagrat
da morte certa – conquistando para sempre o respeito e a lealdade de toda a
força Orc.
O fim da guerra: O preço da Vitória
As notícias corriam rápidas até a capital... O rei avançava
e retomava o território, destruía todos os inimigos que encontrava pelo
caminho, expulsava de volta todos os invasores, nada detinha seu avanço, ele
era o mais poderoso rei que Aksum já tivera, ele estava cumprindo sua promessa!
Mas uma notícia NUNCA chegou à capital ou qualquer outro
lugar (ordem expressa de Albert I):
Que a Horda Orc estava aliada a Aksum!
Com o fim do expurgo, é chegada a hora de voltar para casa!
– Albert I e suas forças marcham de volta para Nova Aksum, parando em cada
cidade reconquistada para ajudar e reconstruir o que fosse necessário.
Conquistando para si e seus aliados Orcs muito mais do que comida e água
durante a marcha... Ele buscava aprovação e respeito de seu povo para com seus
novos amigos.
Após um ano e meio de marcha, finalmente a imensidão de
soldados chega às planícies da capital. Albert I mantém todas as forças
num enorme acampamento em frente à cidade e cavalga para seu castelo
acompanhado de Victor e seus 13 Grandes Generais (humanos e orcs).
A reação do povo ao avistar o rei era uma mistura de agonia,
alívio, felicidade e medo. Afinal de contas, era visível que estava mudado
fisicamente, além de acompanhado de 6 orcs enormes, com quem ria e conversava
ao longo do caminho...
Adentrando os portões, nem sequer deu atenção a sua família...
Tratou primeiramente de gritar ao intendente que preparassem todos os quartos
do castelo e muita comida – em seguida, precisaria fazer um pronunciamento
urgente a toda a cidade.
Albert I não perdeu um segundo sequer, tratou de ir a
público acompanhado de seus 14 irmãos de armas e finalmente anunciou à cidade e
consequentemente a todo o reino que a guerra havia acabado:
Povo de Aksum... Depois de anos do meu discurso de coroação, venho até vocês informar que finalmente cumpri parte de minha promessa: Acabei com a guerra e a Invasão Humanoide. Nenhum de vocês tem mais pelo que temer. Lembro muito bem de ter insistido a todos que guardassem minhas palavras daquele dia, principalmente quando disse que mudaria para sempre a cultura e a sociedade de Aksum... Então apresento a vocês os mais novos cidadãos e fieis protetores do reino de Aksum: Os 6 Grandes Generais Orcs e toda sua leal e invencível tropa. Que a partir de hoje serão tratados como os heróis que realmente são!
Com isso, Albert I vira as costas e convida seus amigos para
entrar e terem um merecido banquete e descanso enquanto finalmente teria o
aguardado momento com sua família.
No correr dos primeiros 6 dias de seu retorno, Albert I
dispensou toda força de guerra, ordenando que cada um voltasse para casa e para
seus postos e obrigações – menos os Orcs, que ainda eram estranhos num lugar
estranho e sem ter para onde ir...
Antecipando a situação que se apresentava, Albert I redige e
proclama um novo decreto real onde:
O Reino de Aksum, em dívida eterna com as 7 Companhias Orcs,
cede aos cuidados dos mesmos, todo o território ao redor da Montanha dos 2
Picos à direita do Rio Aksum, garantindo aos mesmos os 5 direitos a seguir:
- O controle quase soberano do novo território, incluindo poder de polícia de suas fronteiras – respondendo apenas ao Rei de Aksum;
- Criação de suas próprias leis – desde que não se sobreponham às Leis Reais;
- Liberdade de cultuar seus deuses sem intervenção da Igreja Aksuniana ou qualquer outra;
- Respondem APENAS ao comando DIRETO do Rei, incluindo seus sucessores a partir de Albert I;
- Integração de suas tropas às fileiras do exército aksuniano, sendo a partir daí, tratados como verdadeiros cidadãos.
É ainda de total interesse do Rei que, visando a
paz no território assim como no reino, que seja mantido o acordo de não
intervenção no território cedido à família élfica de Vardamir, que
protege toda a área do Grande Lago Kuss e a Floresta da Solidão
até o limite leste do Grande Planalto Aksuniano.
Pós Guerra: Cicatrizes da Guerra
Ainda nos dias de hoje é possível encontrar nas terras de
Aksum diversos locais que preservam (por iniciativa
dos moradores locais) as marcas e vestígios das longas batalhas.
Sendo possível trilhar todo o caminho da guerra por meio das
diversas ruínas de vilas, cidades, máquinas de cerco quebradas, esqueletos de
todo tipo, paisagens naturais modificadas e postos avançados de cerco e
fortificações igualmente arruinadas e há muito em desuso.
Essas áreas formam uma espécie de “caminho”, que
levam do litoral sul até praticamente os portões de Nova Aksum, ficando
conhecidas pelos habitantes do reino como as Cicatrizes da Guerra.
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